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Liano Livro de João Rodrigues



LIANO

 

JOÃO RODRIGUES

 

01

Isso foi há muito tempo

Que viram alguém nascer

Entre redemoinho de vento

Que mal podiam ver

Nos confins e desertos

Que só se viam por perto

O sol entrar e nascer,

 

02

Porém nascia embaçado

Grande igual lua cheia

Com raio avermelhado

Em forma de uma fogueira

Uma grande brasa quente

Com o seu cintilar ardente

A coisa ali era feia,

 

03

A brasa subia ao céu

Esturricando o sertão

Causando com o seu véu

De energia e vibração

Secando lagos e rios

Com os seus raios vadios

Causando humilhação,

 

04

Numa casa velha

Feita de enchimento

Em forma de uma tapera

Esquecida no tempo

Suja e esburacada

No sertão abandonada

Imagem de sofrimento,

 

05

O vento assoprava forte

Aliviando a dor

Parecia levar a sorte

Ao pobre lavrador

Naquele lugar perdido

Talvez no mundo esquecido

Lembrado por escritor.

 

06

Ali surgiu a história

Que a você vou contar

Se for derrota ou vitória

E se puder relatar

Era um filho de um roceiro

Por que não dizer guerreiro

Que viveu para lutar,

 

07

Chamada campo de areia

A rocinha onde nasceu

Com de vegetação rasteira

Pois com o sol não cresceu

De tanta praga ou peste

Que tratavam de agreste

Foi o nome que deu,

 

08

Ali naquela brenha

Deste sertão desprovido

Qual cristão que não tenha

Medo e alarido

Onde a natureza devassa

Criando dor que não passa

No peito do homem sofrido,

 

09

Chuva era milagre

Verde mal existia

Nos lagos só tinha bagre

Era o que o povo comia

Misturado com farinha

E daquele farofinha

A vida assim seguia,

 

10

Quando o menino nasceu

Foi grande o acontecimento

O sertão estremeceu

Abalou-se o firmamento

Veio chuva e tempestade

Porém foi novidade

Mais causou sofrimento,

 

11

Liano foi o nome

Que deram ao felizardo

Que já nascera com fome

Naquele sertão castigado

 Pois logo saiu andando

Seus tortos pés atolando

No areão amaldiçoado,

 

12

E o tempo foi passando

Liano lá no sertão

Com o seu pai trabalhando

Cuidando da plantação

Quando a sua mãe morreu

Liano entristeceu

Com tamanha traição,

 

13

Vivia sem concordar

Se a vida era assim

Pra quê então trabalhar

Pra ter um amargo fim

Que diante do nada vê

A sua própria mãe morrer

Ele dizia: aí de mim,

 

14

Ao ver a mãe morrendo

E levada para o chão

Liano seguiu tremendo

Agarrado no caixão

As suas lágrimas desciam

Como vertentes corriam

Pousando no areão.

 

15

Foi difícil esquecer

A morte de sua mãezinha

Tinha medo até de viver

Naquela humilde casinha

Vestido de preto estava

Nos lugares onde passava

Alegria não tinha.

 

16

Além do seu sofrimento

Assistia o do seu pai

E no descontentamento

Nas dores do vem e vai

Vivendo de humilhação

Na pobreza do sertão

Dor que do peito não sai,

 

17

Em meio de tanta dor

E tamanha aflição

Vivendo aquele terror

Lá nos confins do sertão

Liano já imaginava

Qualquer hora enfrentava

Outra triste situação,

 

18

Na verdade tinha razão

Pois a tal hora chegou

Um bandido do sertão

Em o seu pai atirou

Com bala envenenada

Lá no meio da estrada

Morto o velho ficou,

 

19

Liano já rapazinho

Até pensando em se casar

Para seguir o seu caminho

E ver aonde chegar

Mas quando o pai morreu

Liano resolveu

A sua vida mudar,

 

20

Levou o pai à sepultura

Vendo as irmãs a chorar

Liano a essa altura

Nem agüentava falar

Só lhe restava à esperança

Em resolver a vingança

Com o bandido acabar,

 

21

Teve notícias do criminoso

Estava no boqueirão

Um lugar muito perigoso

Onde não existia paixão

Ali dormiam serpentes

Lugar de homens valentes

Que matavam por diversão,

 

22

Mas Liano a essa altura

Em nada queria pensar

Só depois da aventura

Com o tal bandido acabar

Mesmo de unha e dente

Pois um homem valente

Também pode apanhar.

São 770 Versos a história

 

Pedidos do Livro:

e-mail: jornaldorei@terra.com.br

Tel.:(31) 9166-0323

João Rodrigues

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